terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Da esperança noturna


A vida é mundo - é tudo
E, sempre em sempre, há silêncio
Há conversas monólogas e sussurros
Sobre os perversos passados.
Aqueles das madrugadas frias
De medos, tosses e solidão.

Neste momento ímpar do tempo em pleno espaço
Próprio das saudades recheadas de sonhos não realizados
Onde o odores sufocantes do vazio - enigma do nada
E o gosto das lágrimas condensadas em ácido
Abraça-nos forte o coração.

Entre sentidos-meninos
Flores em quadros, livros perdidos
Sentimentos ecoam em movimentos inversos
No plano noturno desse horizonte sem-fim
Num ritmo intrigantemente compassado:
Um beijo-presente, um grito-calado, um soluço-breve e um bocejo...
Um beijo-presente, um grito-calado, um soluço-longo e um bocejo.

Como consolo piedoso, natural e cíclico
Os céus declaram a alvorada e o dia bate seu cartão
O sono toma-nos novamente, dopando a alma inquieta
E, assim, talvez, renasça outras primaveras com esperança.

Sempre foi assim!

É assim... Sempre foi assim!
E no fim, tanto fez ou tanto faz
A vida vira estatística fria e desleal.

Nada resta aos que amam
Nada consente aos que ficam
Nenhuma dose de palavra retraz felicidade.

É assim e simples assim
Quem morreu, morreu
E ponto. E pronto. Pior...
Nada mudará no horizonte.

Na boca não dita do tempo
Apenas saudades e sofrimento
Ou o melhor, sorrir e seguir
Como forma de agradecimento.

* Em memória do comunicar Ricardo Boechat

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

De par em par

Ontem foi triste
Ver-me em pedaços:
Tossindo a fuligem do mundo
E delirando a realidade.


Daria tudo para entender
As angustias meninas
O oceano desanimo
Que não se sabe o porquê.


Dia comum, dia infeliz
Chuva em alma deserta
Onde sorrir e chorar tanto faz
Algo, pois, dilacera o ser.


Ontem não caminhei
Não sonhei
Não fingi
Chorei.


Trago uma possível definição:
- As dores do mundo assolaram meu peito
(Sem identidade; sem explicação)
Sem direito à resposta.


Restou-me sentir o momento
Observar o orvalho do tempo
E agradecer as gotas de esperança.


Hoje aquilo mudou
Mudou o mundo
Acordei disposto...
Escovei o dia com poesia.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Risco de Amar

Se o Amor
Em sua faculdade não ideal
É uma Quimera.
Ora sorriso, ora mortal
O que me resta?

Diante da pequenez do homem
Diante do pobre horizonte da vida
Angustiado pelas escolhas do coração
Amar ou não-Amar (calar)?

Não amar é para os mudos
Para outros, andar sempre em brasas
Gritar, gemer e grumir o constante medo
Seja por solidão, seja por dessentido
Toda pluralidade jaz sepultada.

Prefiro, aqui
Caminhar em plena dor
E, vez ou outra, sonhar!

Escolho a breve ilusão
Do talvez (em tempos)
Da esperança insana.

Prefiro o risco de viver
Que não Amar por frio ou medo
Entre os futuros desse presente.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Pós literatura

Não foi dia pronto
Quem dera tivesse planejado
Bem... Planejar até planejei
Mas desse jeito nunca dei certo.

Queria a linearidade da evolução
Progresso por esforço, sabe?
Ontem pó, hoje cimento
No entanto nada é assim.

Agora, enfim os versos
Depois de anos de esperança matuta
De anos acordando e engolindo vento
De confiança (fé) absurda!

Ora ou Outra deu certo
Sem planos, sem esforço
Foi assim...

Hoje enterrado em mim
Hoje, sem carne viva
Hoje morto - entre outros.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Do amor ao Amor

Disse em anáfora oculta: Amor
O multiverso, nós, em silêncio
Criou no horizonte infinito
A poesia retida no tempo.

De agora em diante
O sorriso pintou a vida
Das tardes doce de laranja
As manhãs coloridas.

Na intensidade d'um sonho
Com o suor da luta vencida
E todos os líricos versos, repetiu.

Foi na veia do céu: da noite à luz
Naquele instante... À flor da pele!
Foi e É Amor.
Tornei-me muito bom
Para uns Santos das Letras
Para outros até Escultor

Apresento-me a todos em tudo
Sou aquele, o mesmo, desconhecido
Que escreve aqui doutro mundo.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Querer do Senhor

Move o tempo
Entre vidas
Ao teu querer.

Nasce a esperança
Pós frios e medos
Com vento em fé
Ao teu Senhor.

Move: terra dos homens
Coletivo, gentil, incolor
Repensam girassóis coloridos
O poder do bem e do Amor.

sábado, 7 de abril de 2018

Calafrios

Ao Correr da meia-noite
A inércia cobre a cidade
Derruba os segredos do dia
E congela o coração.

Da espinha à alma
Sangra o medo do tempo
Pinga, respinga, no vento
A imoral tosse solidão.

Passa o corvo e vem o frio
Passa a lua ressentida
Vai-se, agora, a vida em calafrios.
Sonha, ainda, a doce esperança
Nos desterros das noites
Rebrota luz ao meio-dia.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Natural

Seja o sol
Com luz e energia
Seja a lua
De versos solidão
Esteja, sempre, em poesia.

Nosso amor
Seja noite, seja dia
É natural ao universo
É tempo ao averso do averso.

Das trilhas da vida
Vai e vem as pedras no caminho
Fica, sempre, o querer
Entrelinhas de poesia!

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Recomeçar

Diante da vida
Sem expectativas!
Renascem, coloridos
Aqueles sonhos.

Antes recolhidos
Tímidos e sozinhos
Empoeirados no canto do canto
Conquanto ainda vivos!

Bem vindo...
Saúda-se a nova primavera
Bem vindo ao tempo
E – todos – seus recomeços.

domingo, 5 de novembro de 2017

Alvorada dos Araças

Nas trovas
No coração
Dos dias nublados
És tu Araçagi
Meu berço esplendido!

Entre versos saudosos
Cheiro de terra molhada
Gosto de manga rosa
Escorre nos olhos o amor.

Abraça-me, agora, o tempo
Dos banhos de rio no verão
Da jabuticabeira, da pitombeira
Ou da fogueira de São João
Tudo inspira a poesia.

Canta e dança a vida
Na doce rima do cordel
Na ciranda e embolada
Jamais te deixarei, Araçagi
Minha terra amada!

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Lírios e Colírios

De repente... Um clarão
Tudo muda! Jaz o desejo do nada
Agora, procede a verdade querida
Dos mil labirintos da vida.

Cai o sol, no horizonte do sertão
Para a chuva, para a dor; tudo cala
Vem silêncio, vem...
Mostra o orgasmo do tempo
Mostra sua cara, gosto e o despavor.

E, no fim, os colírios da esperança:
O coração repõe-se de saudade
A boca saliva Amor!

sábado, 30 de setembro de 2017

Um pouco mais

De clichê em clichê
Assim se forma a obra!
Doutor - nem só de prosa,
Ciência e realismo
Vive o homem ledor
Então agora...
Poesia, vez ou outra,
Para todos - por favor.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Segredo

A vida, desde sempre
Alquimia orgânica
Um terço razão
Um terço emoção
O resto, no coração, segredo.

Nas lacunas do horizonte
Dos dias sem sol
Das noites chuvosas
Nasce o silêncio e o medo.

Sentados – lado a lado
Saudades futuras e esperanças pretéritas
Agora; degusta-se, tão pura, as incertezas.

Entre doses confusas veste-se o tempo
Ora razão, ora emoção
E impera, em justiça, o segredo.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Humano de verdade

Quando um dia
Tudo se firmar
Não terá lado B
Ou lado A
Seremos humanidade
Humanos, de verdade
Sem preconceito
Sem enquadrar conceitos
Todos, pois, temos estada
Estada de vida no mesmo lar

sexta-feira, 16 de junho de 2017

O Anseio de querer

Começo ressaltando, como sempre faço
Não sou melhor que ninguém no mundo
Também, porém, não sou inferior em nada
Convicto. Garanto assim: de igual para igual
Que saberá nas escrituras confessionais
E entenderá como falo, quando falo e porque falo
Na lógica do argumento e sem juízo de valor.

Acredite... Reflita, amigo. Hoje é tempo de meditar!
O querer é coisa simples, fato de instinto e infinito
Sendo assim, desde logo, não se espante agora
Sou homem simples de coisas simples
Das coisas humanas; rumo à evolução, por favor!

O que quero é digno de silêncio, como sempre foi
Nada supérfluo: desmedido ou imoral.
O que quero é tesouro dado na experiência
Algo puro, singelo, essencial.

Quero, pois, a felicidade do quarto ao jardim
Quero dizer que amo sem fim e sem medo de ser rotulado.
Quero ser justo e honesto, com todos; tudo na moral
Quero recitar poesias de amor na floresta da vida.

E das poesias não escritas no dia a dia
Tontos pela infeliz realidade social
Com solidão, com multidão vazia
O querer é inocente, é sonho de primavera
É ser homem integral na terra.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Ditados

De clichê em clichê
Quadros e padrões
Formam-se a obra?

Doutor, não é bem assim
Nem só de prosa
Vive o homem, para mim
Tudo tem seu tempo
Poesia (agora)
Então, por favor.

domingo, 30 de abril de 2017

Optante

Na dúvida, querida
Feche os olhos
E siga o coração
Mas vale uma vida
Com ondas de dor
Que com o vazio
Do mar-solidão.

terça-feira, 7 de março de 2017

Desejante

O desejo:
Que não dorme
Cega ou cala
Ainda, pois, pulsa
Repulsa forte (exala)
E, não cansa, espera
É ser eterno Querer
Em seu coração.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sol

É domingo
No céu infinito
O sol esperança
Espanta o ontem.

Da janela o horizonte
Nos olhos o verde
Que cativa e encanta
Os sonhos do agora.

Sol doce
De carinho
E harmonia.

Entrega-me a luz
Neste duro dia
Seja, aqui, companhia.

domingo, 4 de dezembro de 2016

sábado, 19 de novembro de 2016

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Hoje não

Hoje não
Amanhã, quem sabe? Talvez.
Mas, agora, agora, não
Hoje não, hoje nada!

Estou cansado
Triste. Descabido!
Frio, desanimado
Por isso e mais hoje não.

Ando calado (pensativo)
Abatido, só tendo o mundo
Hoje o não não é vão.

Amanhã talvez
Se o dia nascer colorido
Porém hoje, hoje não.


Coração, hoje não!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Luz

Veja, agora, o sol nascer
Veja os clarões no horizonte.


Em silêncio chega e logo toma acento
Traz alegria, esperança e fé
Faz-me enxergar o caminho do sempre.


É o norte oriente
É vida sem confinamento
Força pura e companhia.
É a doce LUZ do meu dia!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A caverna

Longas Entrenoites
Diante da nova lua ou outro qualquer horizonte
A certeza: o medo concreto e consequências (ocultas)
E, quase sempre, impera a vã razão infadigante.

Por nobre ignorância e teu fútil egoísmo
Seguem, pão a pão, todos (Instinto?)
Ao louco abismo escuro e plural
Da autofobia.

Tudo ao seu tempo
Gritou um velho sábio
Para sua agonia.

Aprender é rocha, filho
Nesse mundo cinza, morno e frio
De desamor em harmonia.

Incongruência

Duvidosamente
Carrego incertezas
Sou, pois, redemoinho vivo
Dos fatos, atos, omissões do tempo.

Diferente, agora, deste desejo genuíno
Onde se contempla todo submundo global
Modelo democrático de sociedade egoística
Louca por paradigmas do metafísico psicossocial.

O averso do averso; a repugnância do não EU
Jamais foi (ou é) preconceito nato
É, sobriamente, medo do futuro cultural.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Íntima oração

Agradeço a tudo e a todos
Pelo agora, o antes e o depois.

Aos céus:
Dai-me sabedoria para distinguir o bem e o mal, o certo e o errado;
Dai-me paciência para esperar o tempo designado da vida;
Dai-me força, por misericórdia, para suportar as adversidades do caminho.

Que seja condutor da alegria ao próximo
Que possa semear amor ao mundo.

sábado, 21 de maio de 2016

Borboletas cinzas

Mil sorrisos tímidos
Na face triste d’um menina
E o pôr-do-sol
Trouxe mais frio e saudades.

Quantos sonhos
Dissolveram-se com o tempo?
Quantas esperanças
Foram apunhaladas em lindas noites?

Ela forte e aguerrida ainda luta
Chora e soluça, mas caminha e não para
Faz-se de inabalável diante do mundo
Por dentro, porém, tudo desaba.

Então, em pleno desespero
Olha para o céu
Vê uma frota de borboletas cinzas
E imagina beija-flores coloridos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Na sabatina da vida

O menosprezo, em instantes
É a condenação dos desacreditados.
Preconceito – inconsciente ou não –
De humanos vivos-mortos.

De repente
Um relâmpago de oportunidade
Um chuvisco de esperança
Originou-se um homem novo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cabana II

Quando me perder
Que seja contigo
Não precisará de nada
Cabana ou outro abrigo.

No mundo, pois:
Céu é teto
Chão é piso.

Ao seu lado, o tempo
Abraço teu (apertado)
Meu esconderijo.

domingo, 24 de maio de 2015

Longitudiano

Nas latitudes dos sonhos longínquos
Observamos as observações de imaginações reais
No horizonte revestido do diamante manto da terra
Navegamos sob a ilusão utópica de um dia feliz.

Naturalmente, foi um erro
Nem mesmo sabemos expressar-se
E revoltar-se justamente com as erupções do cotidiano
E, ao fim, situar-se na infinita linha do eterno.

Somos ilhas
Somos pequenos nadas incertos
Mas, não desista...
(...) Não desista!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Água doce

Raios de sol de esperança
Alegria no breve estar
Canções boreais.

Ao estado saudades
Ao querer vontades.

Noite, finita noite.
Imaginarei afetos escaldantes
Desvendarei segredos imateriais
Não calcularei mais um horizonte.

És água doce
Fonte de alegria
Nascente revigorante!

És a energia de dias duros
És a proteção das noites frias de chuva
Como não poderia beber felicidade?
Por isso compreende a natureza.

No silêncio das nascentes te encontrarei
Serei mais forte, serei mais compreensível.
No amanhã azul apenas um
Tu e eu água doce.


[Livro A Bonança]

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Concerto silencioso

No anseio de um tempo momentâneo
Com a certeza das utopias platônicas.
Surgiu a verdadeira metafísica poética no horizonte.

Talvez sina fosse! Diluir-me em decepções catastróficas
Perder-me em rios de enigmas.

Não sou, não fui (não serei) por algum devaneio de ser
concentro-me no doar e no sentir.
Ah! Puro sol de verdades
Na ventania e na chuva – o abrigo nos toma o coração.

[Livro A Bonança]

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Poetizando a vida

Enquanto pedaços de céu ainda flutuarem diante do meu tempo e a terra desfragmentada sustentar-me ao plano visível viverei a recitar poemas. Terei a poesia como arma de guerra e a recarregarei com flores de ternura sempre que possível. Cantarei meus versos a soldados e a civis. Tratarei dos loucos com doses fartas de pensamentos positivos. Curarei os incrédulos com frases filosóficas. Assim serei feliz. Quando alguém disser que nada mudei, apenas darei o silêncio como forma de resposta. Continuarei caminhando, pois tolos são os que buscam o retorno de algo que nem mesmo conseguem compreender.

[Livro A Bonança]

domingo, 28 de abril de 2013

Quando encontrar o Amor

Quando nada mais se revelar como antes... Tomando sentido o 
todo desconhecido. Quando tudo ficar subentendido bastando, 
apenas, um olhar. 
- Tenha certeza que encontrou o Amor.

Quando o coração parar de bater por um segundo e não saber 
o porquê de uma alegria imediata. Quando o ar tiver um aroma 
específico e a brisa representar Alguém. 
- Tenha certeza que encontrou o Amor.

Quando viver sonhando acordado, andar vagando em 
pensamentos... E ver o horizonte de forma diferente. Quando 
ouvir o silêncio... E saborear sonatas em meio ao caos.
- Tenha certeza que encontrou o Amor.
Quando tudo lembrar alguém... A chuva, o entardecer. E 
querer ficar perto incondicionalmente, nos dias de sorrisos ou 
nas noites de choro. 
- Tenha certeza que encontrou o Amor.

Não se perda nos abismos da solidão...
Não deixe nada escapar a sua alma
Pois, a essência de viver é amar.

[Livro A Bonança]

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Éter

O éter cada dia mais impuro... 
Carbonificado e osmosificado de metano interno. 
O que antes era Oxigênio, jaz em hélio e hidrogênio.
A molécula que nos inspira
Também nos decompõem. 

Adicione-me Formol, o tomarei 500 anos. 
Terra de nitrogênio impuro
Terra de metais comuns
Putrefa-se a esperança em ácido concentrado.

E a água, agora, é pouca para diluir
E da poesia nasce uma metafísica atômica
E do quantum uma verdade nuclear.


[Livro A Bonança]

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Perfume

Sei que está aqui
Ainda não te vi
Porém sinto sua presença.

Quero que me fale
Fale da sua vida
Do que te trouxe a esse lugar
A essa pessoa tão linda de coração.

Lembre-me de suas noites frias
Da sua história
Queria estar ao seu lado
(Agora e antes)
A todo instante que foi machucada
No entanto, não posso voltar ao passado.

“Conte-me quantas pétalas você deixou cair
Quantas foram arrancadas
Jogadas ao vento
Por favor, faça isso.”

Sinto o seu perfume...
Suas lágrimas irão cessar
Disso não tenho dúvida
Espere até amanhã.

Quantas decepções te marcaram
Conta-me da sua infância
Uma criança não deveria sentir as dores desse mundo
Não chore.
Por favor, não chore princesa.

Recordo-me que senti seu perfume.
Senti o seu perfume...

“Conte-me quantas pétalas você deixou cair
Quantas foram arrancadas
Jogadas ao vento
Por favor, faça isso.”

Agora te protegerei
Serei seu guardião
Nos dias de sol e em suas noites de frio.
Não mais chorará,
Não mais.

Senti o seu perfume...
E jamais esquecerei disso.


[Livro A Tempestade]

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Íntimo

O solo úmido de sua intimidade, 
Minha força em sua intimidade.

Dois corpos deslizando em um balé perfeito.
Passo e contrapasso...
Dois corpos em um, um em dois. 

Neste momento inicia-se uma fusão.
Um leve aroma único que aumenta a libido,
Uma visão e um suave toque intensifica a libido.

A temperatura sobe.
Esquece-se o tempo.
Espasmos musculares, calafrios...
Mistura de sentidos, prazer e realização.

Como uma tempestade que incontrolavelmente 
Passa por todo o corpo, em um só momento.
Energia!
E, num fim mágico, o vulcão expele o poder da vida.


[Livro A Tempestade]

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não sei

Não sei se amei, 
A cada dia “amo” um novo alguém. 
Posso dizer apenas que a amei por alguns instantes 
Como jamais tivera amado alguém. 

Não sei se sofri, 
Pois a cada dia sofro de outras maneiras, 
Esta é uma dádiva de meu ser. 
Posso apenas dizer que doeu... E dói, 
Foi a maior dor que sentira em um mesmo momento. 

Não sei se me enganei, 
A cada dia engano-me de maneiras diferentes, 
E desta vez não seria diferente. 

Sei que pensava que era verdade, 
Tamanho fora o firmamento que acordado sonhei. 
Só sei que tudo isso senti. 


[Livro A Tempestade]

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Amor, frágil amor

É um contraste interminante
É uma compreensão do acaso
É uma interligação “única“ da passagem
É não saber porquê, o não esquecer.

Contentar-se pintando, olhando
Esquecê-la ao tocá-la do real
Entrar em um imaginário perfeito
Sentir-se completo, ao menos por um mísero momento.

Angustiar-se ao lembrar-se
Temer um erro inconcertante,
Um filme trágico - Longa metragem romântico.
Por um passo errado, um beijo mal dado;
Um assunto mal estudado de um narrativo mal executado.

É não viver por viver, mas para Viver.
É não amar por amar, mas para Amar.
É não lutar por lutar, mas Lutar
É não dizer por dizer, mas para Dizer
Você é minha vida!

[Livro A Tempestade]
Saraiva